segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Não precisa falar meu nome



Quando dei por mim, estava desnudo diante de ti
Futuro e passado ti nomearam meu presente, sem receio
Reinventei o início, deixei para além do final, o fim!
Como um imã, me grudo a você. Meu coração está sem freio.


Teu cheiro zomba do juízo, deixa louco...
Não fosse a angústia, seria hilário este sufoco.
Vou sorrir sabendo que não vou embora, por não ter aonde ir.
Será verdade que não nascemos um para o outro?


Como eleger a pior dor que posso sentir?
Saber que não me ama, que jamais será minha na cama
Ou aquela que diz: dentro de mim está a meio passo de deixar de existir
Talvez meu corpo fique intacto, se apagar esta chama.


Num desencontro de sentimentos, passo de homem a menino de rua
Mais precisamente um maior abandonado.
Se não for minha, a culpa é sua!
Você parece uma droga que me deixa viciado.


Mas ainda penso em fazer Amor segurando a sua mão
Não precisa falar meu nome, para não confundi-lo com o do seu homem.
E não se importe se eu sorrir, cantar...
Mas principalmente não se importe se eu chorar, denunciando minha emoção.
Mas se eu disser: Eu te Amo. Amor, o meu gozo, será muito mais que seu mero tesão.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Antídoto





Diz a verdade para o meu coração
E para meus olhos fechados, deixarem de te ver passar
Não tens o menor dever de querer me amar
Tão pouco, o direito de pensar em me dominar

Vou sair por aí em busca de um amor
Sendo meu por inteiro, serei seu dono e senhor
Serás meu em pêlo, que seu toque, o desejo sele
De dia, de noite, lambuzarei seu corpo cavalgando sua pele


Este Amor desordeiro será o último e o primeiro!
Antes de ser falso, que seja pleno e verdadeiro
Se acaso recuar, seja no impulso de dentro de mim se atirar
Que o sorriso exista, sem sequer precisar respirar


Quem não acredita no Amor, não sabe viver
Mas sem te conhecer Amor, viver para quê?
No leito da atração, te dei minha querência
Nascida no berço, e criada no estado da carência


Ainda que todos os remédios falhem, existirá salvação
Desfaz as ranhuras da vida, e as lacunas do coração
O antídoto espanta tentações do corpo e da alma. Combate até o ópio
É servido em um cristalino cálice, à luz da mesa, do Amor próprio

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Em teu coração eu quero Viver

O teu jeito me fez pensar
Em um novo rumo, se teu coração fosse meu
Quando amanhece, deixo de sonhar
Naqueles momentos, pois que nunca aconteceu.


Sei que eu poderia te fazer feliz
Para a tua alegria, eu pediria bis
Se você tivesse que chorar
Te daria os meus olhos, para chorar em teu lugar.


Quem me dera uma chance para eu ter você
Dela, um só instante, para te convencer
Nós dois, um romance, para você crer
Em teu coração, que eu quero viver.


Porque você não fica do meu lado?
Esquece aquilo tudo, é passado
Te abraço com os meus olhos
E me envolve a solidão


Não passo de um verbo imperfeito
Te vejo e explode no meu peito
Aquela sensação,
Que eu não posso te perder...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ser Poeta




O poeta é igual a todo mundo que é diferente!

Seu riso é dor; sua dor consigo ri, sofregamente.

Poeta não mente a não ser para tua própria mente.


Poeta não tem casa, e nem sabe exatamente o significado

Da palavra lar. Ele vive acima disso! Consegue enxergar o mundo,

Por olhos diferentes, dos meus e dos teus.


O poeta vê o mundo, a alguns degraus abaixo de Deus!


Para você se tornar um poeta

Não bastará um tilintar de dedos...

Para ser poeta, terá que viver sem medo.


Poeta enxerga Amor em todo lugar!

Quando bombas marcam silvos no ar,

Ele o encontra até lá...


O poeta vive por viver intensamente.

Sem distinguir a quem pertencem os momentos,

Os vive integralmente.


E não difere de alguém em função de particularidades,

O poeta enaltece a todos que exibem no peito e na alma,

A altivez da tua singularidade.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estilhaços do tempo




Bastou somente um lance do teu olhar!

Por minhas veias, miríades de motivos aglomeraram-se tentando me convencer, a conjugar o verbo Amar. Um calafrio percorreu meu corpo de menina moça...

Tal qual um paladino, teu pensamento invadiu o meu a aclamar: sou a voz do Amor meu bem. Ouças!

Tive medo, fiquei assustada! A este enredo não estava acostumada. Mas te queria ali, bem perto de mim.

Observava cada movimento teu!

À medida que o tempo passava, e quão intensamente te olhava, aquela voz novamente anunciava: querias conhecer o Amor? Reconheças aqui estou! Quero fazer-te minha amada.

Mas nada me convencia!

Nem a voz do meu próprio coração conseguia.

Lembro-me de ouvi-lo falar: quero me entregar, faças como eu. Estou a te suplicar. Confias!

Então, percebendo que o teu olhar e nem mesmo a voz do teu pensamento iriam bastar; projetou-se em minha direção com um sorriso, que fez meus olhos cintilarem.

Um calafrio me invadiu!

Meu coração parecia do peito saltar. Mas, sem ao menos ouvir o que tu falaste. A criança em mim se manifestou...

Oportunista, ardilosamente o medo destilou teu veneno: fujas daí, não te deixes levar!

E eu fugi...

Eu fugi quando meu desejo implorava para naquele lugar permanecer.

Quando na verdade, o que eu mais queria, era de menina moça, à mulher me transformar, entregando-me a ti.

E nem ao menos testemunhei aquela lágrima, à tua face inundar.

Nem ao menos um aceno; sequer um simples aceno. Nem isto! O medo permitiu ensaiar.

Meus ouvidos fecharam-se quando tive a chance de escutar! Furtei de mim mesma, a possibilidade de confiar... Jamais reconheci em mais alguém, motivos para amar.

De todos os sentimentos, o único que consigo me lembrar chama-se arrependimento...

A dor que me consome que me dilacera por dentro; vem da mesma voz que um dia me trouxe o Amor, nas nuvens do pensamento.

Mas agora, talvez por vingança, ou quem sabe até mesmo por divertimento, só me traz pequeninas lembranças...

Impiedosos e meros estilhaços do tempo.



Agradeço a Marcia Poetisa pelo mote

domingo, 15 de agosto de 2010

Masoquismo



Saio de casa fujo de mim

band-aid não serve,

nem a cor combina

em meio ao que quero,

há quem sou... não há

fadiga pro desejo

abandono meu colo

lá está você... um olhar...

um arrepio, volto a te encarar

apanho de novo... e gosto...

amanhã fujo novamente

que ódio!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Viver enconchado






Revelamo-nos num encontro paradoxal
embora a afronta, não pudesse imaginar
vertendo-nos até o arrebol
desafiamos o verbo abdicar

No abraço, a dor corrompida
mensurou quão passos dar
nos fez de forma precisa
reinantes em nosso abraçar

Simbiose sedimenta fragmento
a escolha ecoa no ar
se um dia estivemos placebo
não foi por vontade de estar

Tua tez uma fonte delicada
nos faz quase levitar
quisera viver enconchado
contigo nas ondas do mar